Uma determinada variedade de barata encontrada na Alemanha se mostrou resistente à glicose em alguns testes ministrados em laboratório. A capacidade desenvolvida pelo inseto ajuda a evitar armadilhas baseadas em açúcar, o que acaba por torná-lo extremamente mais resistente a venenos baseados na substância.
Para comprovar a eficácia da barata, a Universidade do Estado da Carolina do Norte (EUA) testou a variedade mutante em comparação a alguns tipos “normais” do inseto. Enquanto as variedades regulares foram atraídas pelas largas quantidades de doce, a espécie intolerante à glicose ficou com a opção que camuflava o açúcar. No entanto, assim que o inseto percebeu se tratar de um doce, ele arrumou uma forma de expelir a substância — como se estivesse cuspindo-a fora.
O doutor Coby Schal, que lidera os estudos na universidade americana e é o coautor do paper publicado relatando o experimento, tentou explicar o fenômeno à BBC News. De acordo com o cientista, as células que normalmente responderiam pela relação do organismo com coisas amargas estão respondendo pela glicose nessas baratas mutantes.
Schal tentou exemplificar esse fenômeno comparando os insetos a algumas crianças que rejeitam naturalmente vegetais, como espinafre. “Esse comportamento foi descoberto primeiramente na metade da década de 1990, mas só hoje conseguimos entender com mais clareza por que ele ocorre”, afirma o cientista.
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